Consequências do controle social dos corpos femininos
O controle social dos corpos e suas consequências na vida das mulheres
Autonomia do corpo. O que isso significa quando estamos inseridos em sociedades nas quais, se você for mulher, uma série de regulamentações buscam definir o que se podemos fazer em relação ao nosso ser?
Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias, com mudanças em leis que garantiam direitos históricos às mulheres nos EUA de decidirem decisões que deveriam caber apenas a elas e com relatos de violências físicas e emocionais sofridas por mulheres de todas as idades no Brasil, esse questionamento se torna ainda mais importante.
Controle do corpo feminino
Historicamente, os corpos das mulheres são alvo de patrulhamento e de punição por parte da sociedade. Essa mentalidade se apresenta em aspectos legais, com respaldo jurídico, e também no dia a dia, com vária esferas da sociedade se sentindo autorizadas a controlar a existência das mulheres. E esse comportamento tem várias implicações que passam por questões estéticas, emocionais, entre outras.
Como apontou a pesquisadora Emilia Moreira, o ambiente familiar e os meios de comunicação contribuem para este controle, desde os comentários de familiares ao culto à magreza propagado pela mídia. A autora também destacou que os transtornos alimentares se associaram a problemas nutricionais, à saúde bucal e a prejuízos sociais vários.
Restrições alimentares através do controle corporal
De acordo com estudo da Universidade do Texas (Brian Wansink, 2016) dialoga diretamente com a pesquisadora ao constatar que comentários de pais a suas filhas geraram consequências em sua vida adulta - especificamente, insatisfação corporal, o que é uma pré-disposição para distúrbios alimentares.
E como isso está ligado à alimentação? De maneira íntima, pois como já abordamos aqui, a alimentação está associada à cultura e aos hábitos de um povo. Se a existência de determinados grupos são vistas de forma depreciativa - e se as mulheres não se sentem donas de suas próprias vidas - isso também reflete na forma como vão se relacionar com seus corpos.
Uma luta que não acaba
A luta das mulheres por igualdade de direitos passa, também, pela possibilidade de decidirem sobre os próprios corpos. A transformação dos paradigmas opressores e machistas que permeiam nossa sociedade é capaz de revolucionar nosso olhar sobre a vida, sobre nós mesmas e sobre os outros.
Liberdade de escolha do que fazer, como se vestir e, principalmente, o que comer, serve e é válida para todxs!