Sintomas de Bulimia: perceba os sinais do corpo e da mente
Entender os sintomas de bulimia é importante para acolher quem está enfrentando esse transtorno alimentar ou para compreender o que está acontecendo no seu corpo, caso a pessoa seja você mesmo.
É comum ouvir vários estereótipos quando as falam sobre bulimia, por isso é importante lembrar que informações precipitadas podem prejudicar a vida de pessoas com bulimia. Inclusive, levando a maiores sofrimentos psicológicos.
A bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por episódios de compulsão alimentar, seguidos do sentimento de culpa e tentativa de eliminar o que comeu com atitudes purgativas. Esse comportamento é estimulado pelo medo de engordar e muitas vezes é uma resposta à intensa tentativa de manter controle através de dietas restritivas.
Nesse artigo, quero propor reflexões sobre a natureza da alimentação. Bem como, explicar sobre os sintomas de bulimia e suas consequências para o corpo e para a mente.
Lista com sintomas de bulimia mais frequentes
Aqui vai uma lista com sintomas de bulimia mais comuns. Todos eles são relevantes, mas é combinação deles juntamente com a frequência que define um quadro de bulimia. Lembre-se que nada substitui uma consulta com um(a) psiquiatra, afinal, é único profissional capaz de diagnosticar um transtorno alimentar.
Comer grandes quantidades de alimentos escondido
Sentir culpa depois de comer
Pensar que precisa compensar o que comeu com exercícios físicos em excesso
Usar laxantes, diuréticos e chás pensando que pode colocar pra fora as calorias ingeridas
Induzir o vômito depois de comer para evitar o ganho de peso
Sentir necessidade de controlar o peso corporal
Sentir insatisfação com o formato do próprio corpo constantemente
Estar sempre querendo emagrecer
Inflamações na garganta
Azia e dores de estômago
Úlcera no estômago
Outras inflamações no sistema gastrointestinal
Constipação intestinal
Distúrbio eletrolítico que afeta funções neurológicas
Recorrência de cáries dentárias
Boca seca
Alterações no paladar
Menstruação irregular
Comportamento compulsivo e impulsivo
Ansiedade
Depressão
Descontentamento e insatisfação
Entenda esse transtorno alimentar
Os sintomas de bulimia nervosa devem ser levados a sério. Além deles, é necessário perceber que existe um padrão de acontecimentos que pode ser resumido da seguinte forma:
A pessoa está constantemente querendo emagrecer ou sente muito medo de engordar.
Então, em algum momento ela “foge da dieta” e vivencia um episódio compulsão alimentar. Esse episódio não é o mesmo que comer uma coisa ou duas fora do cardápio de “dieta”. Esse episódio significa perder o controle da ingestão de alimentos e comer bastante em um curto período de tempo (dentro de 2 horas, por exemplo). Esses episódios podem ser frequentes e muitas vezes a pessoa se esconde nesses momentos por sentir vergonha e por não querer que os outros vejam que "fracassou com a dieta”.
Após cada episódio de compulsão, a pessoa sente culpa e medo de engordar. Com isso, se vê estimulada a se livrar das calorias ingeridas. Para isso recorre a métodos que chamamos de “comportamentos compensatórios inapropriados”, como indução ao vômito, uso de laxantes e diuréticos, jejuns e dietas restritivas e até mesmo exercícios físicos em excesso. Tudo isso na tentativa de prevenir o ganho de peso.
Claro que isso não é um roteiro, cada pessoa vivencia isso de forma diferente. No entanto, qualquer pessoa que perceba a repetição desses hábitos e pensamentos ao longo de uma semana pode estar sofrendo com a bulimia.
A frase “Restrição leva a compulsão” está ficando cada vez mais popular e não é por acaso. Eu também acrescento a noção de que a restrição causa a desinibição de uma compulsão.
Dietas restritivas e amplamente divulgadas por revistas e nas redes sociais são responsáveis por desequilibrar a sua relação com a comida.
Se algum dia você fez uma dieta low carb, por exemplo, vai perceber que enxerga os carboidratos como vilões do emagrecimento e da alimentação saudável. No entanto, você nunca vai perder a vontade de comê-los.
Isso quer dizer que não é adequado listar alimentos do mal e alimentos do bem. Todos são comida e precisamos lembrar que comer é um ato prazeroso.
Infelizmente muita gente esquece que nossa cultura, nossas memórias e emoções, assim como vários outros fatores, influenciam no nosso modo de comer. Deve ficar claro para você que não é natural contar calorias, até porque nosso cérebro e nosso estômago se interessam por cheiros e sabores, e não por números.
Episódios de compulsão são os sintomas de bulimia mais importantes porque eles é que desencadeiam todos os outros.
Ao optar por uma dieta restritiva, você também priva o seu emocional e afasta o prazer da alimentação. No começo, você pode sentir que controla seus desejos por conseguir se manter na dieta, até que não chega ao seu limite de exaustão.
Nesse cenário desesperador, o episódio de compulsão é uma revolta do corpo e da mente contra a privação que você está tentando impor.
O pensamento de “tudo ou nada” domina sua forma de pensar. Então você pensa “já que vou comer algo “proibido” vou comer logo tudo de uma vez e depois não como mais”. Com isso, o ciclo ‘restrição, compulsão e compensação’ se estabelece.
As pessoas acreditam que “saem da dieta” porque são fracas, mas isso não é verdade. O controle necessário para manter uma alimentação restritiva não faz parte das habilidades humanas.
As consequências para o organismo das atitudes purgativas
Os sintomas de bulimia podem ser percebidos pelo sofrimento psicológico, pelo comportamento compulsivo e principalmente pelas consequências físicas que as atitudes purgativas provocam.
Assim, a saúde dentária e gastrointestinal estão comprometidas num quadro de bulimia. Por arriscar outras funções corporais, falar sobre os sintomas de bulimia se torna um dos principais assuntos sobre esse transtorno alimentar.
Uso de diuréticos e laxantes:
O abuso de medicamentos, laxantes e diuréticos oferecem muitos riscos ao funcionamento do organismo. Principalmente, comprometem o funcionamento do intestino. Fora isso, podem causar dependência e, com o tempo, a pessoa precisa aumentar as quantidades para fazer o mesmo efeito.
O consumo de laxantes sem prescrição médica pode ocasionar diarreia, além de alterar a concentração de minerais como sódio e potássio. Essas alterações pode provocar sintomas de bulimia pouco reconhecidos como caîmbras e complicações cardíacas.
Os diuréticos também afetam a termorregulação do corpo e até provocam paradas cardíacas e outras consequências para o coração.
Os diuréticos também podem causar queda na pressão arterial e prejudicar o funcionamento dos rins.
Excesso de exercícios físicos:
O primeiro problema dos exercícios físicos em excesso é a fadiga muscular. Fora isso, alguns órgãos podem ser comprometidos.
Para compensar a falta de glicose, por exemplo, o fígado fica sobrecarregado na função de controlar o nível de açúcar no sangue. Assim, o fígado pode ter problemas como acúmulo de gordura e inflamações.
Exercícios físicos em excesso também podem comprometer o coração por causarem o endurecimento do tecido muscular cardíaco.
Indução ao vômito:
Vomitar diversas vezes pode corroer o esmalte dos dentes e causar cáries nos dentes. Também pode provocar azia, úlceras no estômago e outras infecções no sistema gastrointestinal.
Além disso, os vômitos desarranjam o equilíbrio de entrada e saída de água das células - que é essencial para o funcionamento do corpo humano.
Existe tratamento para bulimia
O mais importante nesse momento de tanto sofrimento é saber que ele pode acabar. O tratamento para bulimia é multidisciplinar por ser considerado um transtorno psiquiátrico.
O melhor é aos poucos perceber que sua relação com sua alimentação está mudando. Em determinado momento você vai se sentir mais a vontade para ter refeições com as pessoas que você ama e saborear os alimentos, enquanto o medo de comer diminui.
Para o tratamento, você deve buscar um nutricionista, um psicólogo e um psiquiatra especializados em transtornos alimentares. Um educador físico também pode colaborar para o tratamento.
Lembre-se que essa equipe vai te acolher e criar um ambiente livre de julgamentos para cuidar das causas do seu transtorno alimentar e melhorar sua relação com a comida.
Em paralelo, é importante ir ao gastro, ao dentista e mesmo ao ginecologista para tratar das consequências e dos sintomas de bulimia.
Saiba que o tempo do tratamento varia de pessoa para pessoa, mas não se preocupe. Mesmo que leve meses ou anos, a cada passo da jornada você vai estar melhor do que antes.
Acredite que é possível fazer as pazes com a comida e com o seu corpo. E lembre-se que nada disso te define.
Gostou do meu jeito de abordar sua relação com a comida?
Agende uma consulta que eu posso te explicar melhor! Clique aqui.