Sobre selfie, autoaceitação e “ângulos”

Ao tirar uma foto, muitas vezes nos deparamos procurando uma pose específica, aquele que consideramos nosso "melhor ângulo". Em geral, são posições que emulam ideias de magreza e que, na verdade, não nos valorizam, necessariamente, mas passam uma uma imagem específica - para nós e para os outros - que geralmente está mais próxima do padrão.

São técnicas que vamos aprendendo e que acabam, muitas vezes, virando espécies de prisões, pois não nos sentimos bem quando não somos "capturados" daquela maneira. E as redes sociais aumentam essa pressão, inclusive pela quantidade de imagens às quais somos.



A importância da autoaceitação do corpo

 Não há nada de errado em encontrar maneiras de se expressar para o mundo da forma na qual nos sentimos mais confortáveis. Pelo contrário, é importante que nos vejamos e sintamos bem. O problema é quando achamos que só ficamos bem de uma determinada forma porque, no fundo, isso pode ser um mecanismo de defesa para que não olhemos para as questões que realmente nos incomodam e que, muitas vezes, nem são só questões de cunho subjetivo; são resultado das pressões da sociedade machista e gordofóbica da qual fazemos parte.

 

Como transformar a relação com o corpo

Nos amar por completo não é fácil. E quando falo por completo, não digo que tudo vai estar bem sempre. Somos mutáveis e o que achamos bonito hoje, podemos não achar amanhã. Porém, quando vamos exercitando o autocuidado e passamos a nos perceber de outra forma, para além dos padrões, entendemos também que não são só fórmulas estéticas que definem o nosso bem estar.

 Seu corpo não precisa de adequar a moldes pré-fabricados. Busque seu ângulo, mas também se permita olhar por outros prismas. Talvez você até se surpreenda com o que vai encontrar: outras facetas da sua beleza e complexidade.