A linguagem da gordofobia nas rede sociais
A linguagem molda a nossa vida em sociedade - e quando falo em linguagem, me refiro não só à falada, mas também a de sinais, corporal, visual, etc. Nossa necessidade de nos comunicar, de entender o outro e de nos fazer entender é expressada desde o nosso nascimento e, pouco a pouco, vai se moldando às regras sociais nas quais estamos inseridos.
Somos influenciados pela linguagem o tempo todo e, direta ou indiretamente, ela influencia a nossa forma de ver o mundo.
Linguagem da gordofobia
Por isso, às vezes é difícil identificar questões problemáticas, que reforçam estereótipos, pois elas (principalmente até alguns anos atrás) são tratadas com naturalidade, como se fossem a verdade de fato. Para descontruirmos essas percepções, precisamos, também, repensar a linguagem. Já parou para pensar, por exemplo, como é naturalizado falar que, ao comer algo considerado "não saudável", se diz que está fazendo uma "gordice"?
Ou mesmo que o desejo de ingerir certos alimentos é resultado de um "pensamento de gordo" e que, em meio à dietas restritivas, existe o "dia do lixo", quando, na teoria, se pode comer tudo que quer?
Vivemos em uma sociedade gordofóbica e isso afeta diversas esferas da nossa vida. Diante de um padrão rígido que associa saúde e beleza à magreza, os corpos que não se adequam a essas regras são taxados como não desejáveis e mais, como motivo de depreciação em diversos lugares, inclusive nas redes sociais.
O papel da internet no reforço da gordofobia
Esse tipo de colocação, infelizmente tão comum no dia a dia, tem sido reforçado pelas redes sociais e a proliferação de um culto à magreza. Essa cultura vai introjetando uma percepção deturpada sobre alimentação e limita a percepção sobre a diversidade dos corpos.
Comer não precisa e nem deve estar associado a sofrimento, assim como saúde não é sinônimo de magreza.
Rompendo com comportamentos antigos
Corpos de todos os tamanhos merecem respeito e devem ter sua dignidade preservada. Podemos criar novas imagens, que mostrem pessoas diversas felizes, vivendo a vida de acordo com as suas próprias perspectivas.
Precisamos atentar às formas como nos comunicamos para que, assim, nossa sociedade seja de fato inclusiva e para que as pessoas não sejam mais julgadas por ter medidas diferentes do considerado padrão. Aliás, já está na hora de abolirmos esse conceito também, né? :)