Como a gordofobia molda a percepção sobre ser saudável

As imagens que construímos em torno do que significa ser saudável, ao longo das últimas décadas, estão majoritariamente associadas a um tipo específico de corpo.

Somos bombardeados diariamente por informações que nos dizem que corpos gordos são sinônimo de falta de saúde, o que resulta em um processo de culpabilização e exclusão perpetuado em vários aspectos da sociedade.

Dentro desse contexto, a ideia de saúde se torna uma prisão, restrita quase que unicamente às medidas corporais, sendo reforçada o tempo todo nas redes sociais, nos meios de comunicação e na cultura. Assim, o mecanismo da gordofobia opera ditando sobre o que é ou não ser saudável.

Gordofobia na sociedade

Você já parou para pensar que a maioria dos móveis e das peças de roupas têm tamanhos específicos e que pessoas gordas, em geral, têm que ir em busca de espaços específicos para as suas medidas? Ou ainda como corpos considerados fora do padrão são alvos de comentários maliciosos e têm maior dificuldade para serem aceitos em sua complexidade, com sua beleza?

As situações podem até parecer simples, porém mostram como a gordofobia opera.

Nossa sociedade está estruturada em uma filosofia gordofóbica que patologiza os corpos gordos e, por isso, é importante começarmos a repensar esses valores e a propor e executar novas filosofias.

Combatendo a gordofobia

A Saúde em Todos os Tamanhos (tradução para Health at Every Size) é uma dessas propostas de transformação na forma como encaramos a saúde e o mundo de forma geral, abraçando a diversidade e o respeito à individualidade.

A Saúde em Todos os Tamanhos, da qual sou entusiasta, busca justamente reconhecer a complexidade das nossas experiências e desconstruir a ideia de que saúde está associada a um peso específico.

Fatores emocionais entram na equação e a saúde é entendida como um processo que deve abarcar o bem-estar da pessoa como um todo, promovendo um estilo de vida que faça sentido para ela, levando em consideração suas necessidades.

O prazer tem um lugar de destaque nesta abordagem, com atenção aos chamados do corpo, entendendo sinais de fome e saciedade e também as necessidades nutricionais. Me conta: você já tinha ouvido falar nesta filosofia? O que acha dela? :)