Compulsão alimentar e redes sociais: jovens são os principais atingidos pelo uso excessivo de telas, influenciando em questão de autoimagem
9 horas e 13 minutos. Essa é a média de tempo que os brasileiros passam conectados à internet, de acordo com o portal Electronics Hub. Isso significa praticamente 54,7% do tempo em que estamos acordados, o que nos coloca bem à frente da maior parte do mundo e atrás apenas da África do Sul. O que isso quer dizer? Muita coisa, entre elas o quanto somos afetados diariamente pelos estímulos que consumimos nas telas de nossos aparelhos eletrônicos.
E as consequências são muitas, desde problemas para se concentrar, dormir, até o desenvolvimento de transtornos psicológicos e alimentares. Nesse sentido, entre os principais afetados estão os jovens. Um estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, aponta que crianças com idades entre 9 e 11 anos que utilizam o celular por grandes períodos têm mais probabilidade de desenvolver transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). De acordo com essa pesquisa, cada hora gasta nessas plataformas foi associada a um risco 62% maior de ter a doença.
No TCA, o paciente come de forma abrupta, em grande quantidade e de forma mais rápida do que o usual, mesmo quando já não tem mais fome. Os episódios costumam ser seguidos de vergonha e culpa. Para ser caracterizado como transtorno, é necessário que esse comportamento se repita pelo menos uma vez por semana, nos últimos três meses.
Além disso, o uso excessivo de telas, principalmente o consumo de redes sociais e de conteúdos que estimulam padrões de magreza e comportamentos de risco, pode gerar problemas de autoimagem, ansiedade e depressão.
Para ler mais sobre o assunto:
Uso excessivo de telas aumenta risco de compulsão alimentar em crianças (matéria publicada na CNN, em 05/03/2021)
Manual MDS – Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, por Evelyn Attia e B. Timothy Walsh (on-line)