Como a gordofobia atua

Em “Young & Beautiful”, uma de suas músicas mais famosas, Lana Del Rey pergunta ao seu companheiro: “Você ainda me amará quando eu não for mais jovem e bonita?”. A pergunta pode parecer frívola vinda de uma cantora que, até então, se encaixava na maioria dos padrões de beleza, inclusive a magreza, mas revela questões mais profundas, como o ageismo e as pressões estéticas que atingem a todos, mas principalmente as mulheres.

Por que trouxe Lana Del Rey para a conversa?

Neste mês, fotos da cantora estadunidense têm circulado na internet e gerado comentários maldosos. O motivo? Lana Del Rey engordou. Enquanto ela aparece tranquila nas ruas com sua nova silhueta, paparazzi e internautas têm feito piadas sobre sua silhueta, questionado se ela está bem e até mesmo dizendo que ela tem se vestido inapropriadamente.

Quando a gordofobia se disfarça

Detalhe: ela tem utilizado o mesmo estilo de roupas que sempre vestiu. O que mudou? Seu tamanho e, assim, automaticamente, a percepção das pessoas em relação ao que ela pode ou não usar, com ela deve se portar. Nada de novo se tratando da nossa sociedade e sua estrutura gordofóbica.

Mas, como sempre, é importante que a gente pegue esses exemplos midiáticos para colocar a pauta em discussão e lutar por transformações reais. O corpo de ninguém deve ser alvo de perseguição.

Acolher as diferenças é tão urgente quanto necessário

Precisamos, enquanto grupo, entender que os corpos são diferentes e que tentar encaixá-los em um padrão não só apaga a individualidade de cada um como cria uma série de problemas, de transtornos emocionais e alimentares. Estamos no Setembro Amarelo e é sempre importante ressaltar que a saúde mental é uma questão complexa e que devemos ter cuidado com nossa relação com nosso corpo e sentimentos, além de como nos portamos com os outros.