Por que devemos aproveitar o ócio?
Qual foi a última vez em que você se permitiu não fazer nada? Mas nada mesmo. Nem mesmo maratonar uma série no tempo "livre", se atualizar naquele podcast que ficou pendente ou retomar o livro inacabado. Apresento aos que não conhecem essa prática: o ócio.
Hoje em dia, o ócio parece até algo ousado. Afinal, todo tempo tem que ser aproveitado da melhor forma e de maneira integral. Todo tempo tem que servir à produtividade. O ócio soa quase como um pecado, um ultraje, um desrespeito ao “progresso”, ao nosso “desenvolvimento”.
Às vezes, a gente atribui uma lógica “produtivista” até mesmo ao próprio lazer. Do tipo: “Vou ‘relaxar’ e fazer tal coisa, para voltar mais disposta ao trabalho”. Se não prestarmos atenção, até o nosso lazer e a nossa busca por bem-estar, seja físico ou emocional, servem a essa produtividade.
O ócio pode ser muito importe para o bem-estar
O ócio pode ser uma ferramenta potente para desligarmos os motores acelerados da mente e suas demandas ininterruptas. O ócio sem culpa de não estar “aproveitando” o tempo “livre”, um ócio que nos possibilite um relaxamento efetivo. Sair dessa dimensão e passear em uma outra.
O ócio não prescreve regras de duração nem de lugar. Cada um pode experimentar ele de maneiras diversas, seguindo suas próprias demandas e especificidades. Se desligar das telas e das redes sociais é o primeiro passo nesse processo.
Por que praticar o ócio?
Praticar o ócio é investir em autoconhecimento. Tem a ver com aprender a se libertar das amarras. É saber lidar consigo melhor. É aprender a gostar mais de si, a ter mais compaixão consigo. É também aprender a se perdoar e a reconhecer seus próprios limites.
O ócio também tem a ver com aprendermos a selecionar as nossas conexões. Isto é, sabermos do que devemos nos desconectar para conseguirmos nos conectar ao que queremos. O ócio tem esse poder de nos desconectar do mundo para nos conectarmos a nós mesmos.
O ócio não deve ser confundido com preguiça ou procrastinação. Ele é o bem-estar pelo bem-estar, não uma “estratégia” para ser produtivo depois.
Se for possível, ouse fazer nada. Explore o ócio e explore a si mesmo.