A importância do respeito nas escolhas alimentares dos outros e nossas
Viver nossas vidas de acordo com nossas vontades, nossos gostos, muitas vezes parece uma tarefa difícil, tamanha a vigilância social - e a disposição do sistema em punir aqueles que escolhem não se conformar. Constantemente, vemos pessoas sendo criticadas pelos mais variados motivos, seja por questões de ordem estrutural, que fomentam discriminações a comunidades como um todo, seja de forma individual, quando alguém não se encaixa nos padrões.
Com a alimentação não é diferente. Na verdade, ela tem sido um dos principais mecanismos de controle social e pode ser lida em várias instâncias, entre elas a política e econômica, que promove a desigualdade social e priva milhões de pessoas, no Brasil, de uma segurança alimentar. Outro fator é de ordem comportamental: a partir dos parâmetros estabelecidos pelas indústrias (da moda, da dieta, da alimentação etc.), busca-se criticar todos que não sigam essas diretrizes, imputando neles culpa, vergonha e dor.
É necessário que a gente entenda o que quer comer, o motivo pelo qual comemos e que emoções esses alimentos nos trazem. Pode até parecer um exercício muito complexo, mas é o tipo de ação que, com o tempo, nos faz ter uma consciência da nossa fome, do nosso emocional. É importante respeitar a sua fome, os seus hábitos alimentares e os afetos que os atravessam. Assim como é necessário respeitar os dos outros.
Sim, ainda é pertinente reforçar: o que julgamos certo para nós, não é necessariamente para o outro. Por isso, precisamos evitar fazer julgamentos, comentários que podem parecer bem intencionados, mas que, no fundo, acabam machucando. Enfim, deixar que o outro tenha autonomia nas suas escolhas. E também defender as nossas. Pois a liberdade é um caminho para o autoconhecimento, em um ciclo que está em constante movimento.