Os perigos dos remédios para emagrecer e da cultura da dieta restritiva

Saúde e estética são conceitos completamente distintos, mas que são vendidos como equivalentes em nossa cultura. Por isso, muitas pessoas acabam adotando métodos extremos e nocivos para atingir o que se propaga como saudável, o corpo magro, colocando em risco sua integridade física e emocional.

Recentemente, o falecimento da cantora Paulinha Abelha colocou o tema em evidência, pois, segundo relatos jornalísticos, ela teria desenvolvido problemas nos rins e no fígado por conta do uso de remédios para emagrecer. A causa ainda não foi confirmada oficialmente, mas a questão precisa ser debatida.

Culto à imagem

Ao abrir o Instagram e outras redes sociais pautadas pela imagem, são abundantes as propagandas de medicamentos que prometem perda de peso. Eles são apresentados de várias formas: como jujubas, em pílulas, entre outras.

Os influenciadores digitais, que recebem valores altíssimos para divulgar esses produtos, utilizam seus próprios corpos e vivências como "provas" da eficácia dos produtos e de como é possível atingir um determinado tamanho "sem esforço".

Perigos da dieta restritiva

Tudo isso alimenta uma indústria que vive do adoecimento emocional das pessoas, criando problemas de autoimagem e prometendo sempre a próxima fórmula mágica que está preocupada apenas com a estética - nunca com a saúde.

Essas medicações prometem, inclusive, inibir a fome, descartando as necessidades nutricionais do corpo e estimulando um relacionamento conturbado com a comida, como se ela precisasse ser evitada.

Medicar-se sem acompanhamento - e mais, sem necessidade - é muito perigoso. E essas consequências podem aparecer tanto de imediato, com problemas no organismo, quanto a longo prazo, com o desenvolvimento de transtornos alimentares e de problemas psicológicos.

Precisamos urgentemente refletir e transformar nossa cultura e a forma como encaramos saúde e bem-estar.