Comentários sobre o corpo : um problema disfarçado de “preocupação” ou “elogio”
Você já parou para perceber como comentários sobre o corpo do outro são naturalizados? Quantas vezes não ouvimos (ou mesmo falamos) coisas do tipo "fulana está ótima, emagreceu muito" ou "parabéns, fulano, estás magérrimo"?
Também há aquelas falas sobre como alguém engordou, seja muito ou pouco, a exemplo de "eita, tás mais cheinho/a", "beltrana deve estar passando por um momento difícil, olha o corpo dela". Lendo parece chocante que alguém abra a boca para proferir essas coisas, não é? Mas elas são tratadas como normais na nossa sociedade.
Controle da sociedade sobre os corpos
Isso porque o controle sobre o corpo do outro é visto como algo corriqueiro, até positivo, mas, pelo contrário, é perigoso e só reforça a diferença de tratamento que se dá a determinados tipos de medida corporal.
O ganho de peso é imediatamente associado a algo negativo, a um desleixo, a um problema de ordem emocional, enquanto emagrecer é normalmente visto como um processo digno de elogios, fruto de um esforço pessoal e de uma vida "saudável".
Por que não fazer comentários sobre o corpo do outro
Quando fazemos comentários sobre o corpo do outro, estamos invadindo o espaço pessoal e estabelecendo visões que podem ser completamente distintas do que a pessoa acredita ou está vivenciando.
O tamanho do corpo de alguém não nos diz respeito e nem tem um significado único. Alguém pode ter emagrecido ou engordado muito por estar passando por um processo de adoecimento psicológico, por exemplo. Muitos transtornos alimentares são estimulados por esse olhar culpabilizador da sociedade sobre os corpos, o que faz com que o alvo dos comentários possa começar a se sentir, também, desconfortáveis na própria pele.
Pequenas mudanças no comportamento que fazem toda diferença
Enquanto sociedade, devemos mudar nosso comportamento e, ao invés de nos sentirmos autorizados ou mesmo impelidos a comentar sobre o corpo do outro, nos preocuparmos em saber como a pessoa está. Parar de associar peso a felicidade/tristeza. E, caso ela não esteja bem, prestar apoio e se colocar à disposição para ajudar? Provavelmente, viveríamos de forma mais harmoniosa, não acha? Vamos exercitar a empatia e tratar o outro como gostaríamos de ser tratados?